LILOCA CAI DE SALTO ALTO E QUEBRA O PÉ
Hoje, preciso dividir com vocês algo que muitas vezes fica nos bastidores, mas que faz parte do meu cotidiano como cantora. E, como muitas de vocês sabem, ser mulher no palco exige mais do que apenas talento e presença. Há o peso do figurino, da maquiagem, e, claro, dos saltos altos. Ah, os saltos!
Quero falar especialmente sobre o desgaste de atuar de salto alto por 1 hora. Pode parecer exagero para quem só vê a performance pronta, mas quem já passou por isso sabe do que estou falando. O salto, por mais bonito que seja, exige de nós um esforço físico imenso. As articulações das pernas, os músculos dos pés... tudo sofre com o impacto constante de estar na ponta dos pés por tanto tempo.
Não é apenas uma questão estética. O salto, no palco, vira um personagem a mais, que exige resistência e força. No começo, até se tem a sensação de que dá para se manter firme, cheia de atitude, mas com o tempo, cada passo parece mais pesado, e a dor vai se tornando cada vez mais presente. A musculatura fica tensa, a coluna parece protestar, e os pés – ah, os pés! – são os que mais sofrem.
Às vezes, eu me pego desejando um palco onde pudesse simplesmente ser eu mesma, sem ter que me preocupar com o desconforto. Mas, ao mesmo tempo, sei que a dança, o ritmo e a energia do show também são potentes justamente porque estou ali, de salto, superando esse desafio. Cada sorriso, cada movimento no palco é um sinal de resistência, de força, mas também de entrega.
Afinal, por trás da performance, tem uma mulher que também sente, que também cansa e, sim, que também precisa de momentos de descanso. Por isso, a próxima vez que você me ver de salto, saiba que não é só estilo, é resistência. E, sim, depois de uma hora de show, meu corpo pede uma pausa, mas a paixão pela música nunca me deixa desistir.

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